NÃO PODIA ALGEMAR O SUSPEITO II

LUTO Por HÉLIO RIBEIRO

Em post anterior da série NÃO PODIA ALGEMAR O SUJEITO fiz um comentário sobre a prisão para averiguação (uma daquelas coisas que só tem no Brasil, como a jabuticaba) e como isso é visto com normalidade pelo brasileiro médio (desde que não seja com ele ou com quem lhe é próximo).

Contudo, para Hélio Ribeiro, de 46 anos, morador da Rua Ferreira Pontes, Morro do Andaraí, teria sido melhor ser algemado, pois agora ainda estaria vivo. Tudo aconteceu quando o BOPE verificava a notícia de que se encontravam no Morro do Andaraí traficantes do Borel, ocupado para instalação de uma UPP (segundo informa o jornal O Globo).

De repente, Hélio Ribeiro apareceu na janela da casa em que se encontrava com uma furadeira, que foi confundida com uma arma (tenho uma furadeira em casa e gostaria de saber que arma é parecida com ela, por precaução, sei lá, vai saber o futuro).

Os policiais do BOPE (o mais bem treinado batalhão da PMERJ) informaram que foi dado um alerta para Hélio Ribeiro, mas que ele reagiu de modo brusco, gerando a reação do “caveira”, como é conhecido o integrante do BOPE, que prontamente obteve um tiro certeiro. Hélio Ribeiro ainda foi conduzido até o Hospital do Andaraí vivo, mas não resistiu ao ferimento (segundo informa o jornal O Dia).

Tenho 03 perguntas rápidas, mas que acho que não serão respondidas:

  • é possível confundir uma furadeira com que arma?
  • ao darem o alerta, os policiais do BOPE já estavam preparados para atirar de pronto?
  • porque o policial atirou no peito, ao invés de acertar o braço que impunha a furadeira?

Espero que respondam essas perguntas para a família de Hélio Ribeiro.

PENA DE MORTE I

O post não é sobre Shaquille O’Neal, jogador de basquete do Cleveland (NBA), mas sobre o homem que está a sua frente com a mão no peito durante a execução do Hino Americano que antecedeu o jogos do Cleveland contra o Boston, terça, dia 11/05/2010, pelas finais do campeonato.

Seu nome é Raymond Towler e no último dia 05/05/2010 foi libertado por ordem judicial do comprimento da pena depois de 29 anos, pois os testes de DNA provaram que era inocente do crimes de sequestro, estupro e roubo de que fora acusado e condenado. Ele foi convidado pelo Cleveland para ser homenageado antes do início do jogo, por ter recuperado a sua liberdade (link em inglês).

Essa imagem me leva a 02 temas importantes:

(i) pena de morte e

(ii) instituições preconceituosas.

Continue lendo “PENA DE MORTE I”

NÃO PODIA ALGEMAR O SUSPEITO I

Cena carioca cotidiana: viatura da Polícia Militar chega na entrada da Favela do Jacarezinho e porque alguém age de forma suspeita (?) é revistado por policiais militares. Para o polícia militar, agir de forma suspeita foi a pessoa assustar-se com a chegada da viatura policial. Lugar errado e cor errada, como se vê na foto ao lado. Fosse na Zona Sul e com um “playbozinho” assustado, ele dificilmente seria revistado.

Continue lendo “NÃO PODIA ALGEMAR O SUSPEITO I”

STF, ADPF 153, ANISTIA, BRASIL E ARGENTINA

Duas decisões judiciais nos últimos dias, uma da Justiça Argentina e outra do Supremo Tribunal Federal indicam como Argentina e Brasil lidam com os crimes contra os direitos humanos praticados durante os Anos de Chumbo, bem assim como cada um olha para o seu passado e de um certo modo prepara o seu futuro, como uma sociedade decente, evidenciando como estamos tão perto fisicamente mas tão distantes quanto aos valores políticos.

Continue lendo “STF, ADPF 153, ANISTIA, BRASIL E ARGENTINA”